segunda-feira, 30 de maio de 2016

BLIND WILLIE McTELL



(5 de Maio de 1901 - Thomson, Geórgia - 15 de Agosto de 1959, Milledgeville, Geórgia)


Aprendeu a tocar violão no início da adolescência. E logo se tornou um artista de rua em várias cidades da Geórgia, incluindo Atlanta e Augusta , e gravou pela primeira vez em 1927 para a Victor Records .

McTell foi gravado pelo folclorista John A. Lomax e Ruby Terrill Lomax para o arquivo de canções folclóricas da Biblioteca do Congresso .

O músico esteve ativo nas décadas de 1940 e 1950, tocando nas ruas de Atlanta, muitas vezes com seu antigo associado Curley Weaver .

Suas últimas gravações se originaram durante uma sessão improvisada gravada por um dono de uma loja de discos de Atlanta em 1956. McTell morreu três anos depois, tendo sofrido por anos com diabetes e alcoolismo.

Apesar de sua falta de sucesso comercial, ele foi um dos poucos músicos de blues de sua geração que continuaram a tocar e a gravar ativamente durante as décadas de 1940 e 1950.

Infelizmente , ele não viveu para ver o reavivamento do Blues e da música folk (Década de 1960) período que redescobriu vários músicos entre os quais, Mississippi John Hurt e Skip James.




MA RAINEY





Gertrude Malissa Nix Pridgett Rainey, mais conhecida como Ma Rainey - (26 de Abril de 1886 – 22 de Dezembro de 1939) é uma das mais antigas cantoras profissionais de Blues e foi uma das primeiras da sua geração a gravar a música que cantava.

É apelida de de "The Mother of the Blues" ("A Mãe dos Blues"). O seu trabalho teve uma grande importância na popularização do Blues e foi uma grande influência para as cantoras de Blues mais novas, como Bessie Smith.

É citada, por Bob Dylan , na música "Tombstone Blues" (Blues da Lápide). No verso diz:

"Onde Ma Raney e Beethoven Certa vez desembrulharam seus sacos de dormir Tocadores de tuba(instrumento de sopro) agora praticam ao redor do mastro E o Banco Nacional vende com lucro Mapas de estrada para a alma Para o asilo para idosos e a faculdade".

BLIND BOY FULLER






Fuller fez mais de 120 compactos, e suas gravações apareceram em vários rótulos. Seu estilo de cantar era áspero e direto, e suas letras explícitas e desinibidas  retratavam sua vida como pessoa negra, cega e desfavorecida das ruas - presídios, doença, morte,estavam presentes em suas letras com uma honestidade sem sentimentalismo.

Embora ele não fosse sofisticado, sua arte como um cantor folk estava na honestidade e integridade de sua auto-expressão. Suas canções continham ainda temáticas envolvendo desejo, amor, ciúme, decepção, ameaça e humor.

Em 1938,  Fuller que foi descrito como tendo um temperamento explosivo, foi preso por atirar em sua esposa, ferindo-a na perna, fazendo com que ele perdesse o concerto "From Spirituals to Swing" de John Hammond, em NYC naquele ano.

Quando suas gravações foram finalmente lançadas, Sonny Terry ocupou seu lugar no início de uma longa carreira de música Folk. As duas últimas sessões de gravação de Fuller foram em New York em 1940.

domingo, 29 de maio de 2016

ROBERT BROWN (SMOKY BABE)





Nascido em 1927 em Itta Bena,Mississippi - falecido em junho de 1975 (local desconhecido).

Cantor e guitarrista , expoente do Blues de Louisiana adepto do estilo Piedmont  que veio novamente aos holofotes muito em função da onda revival do Blues nos anos sessenta.

A carreira de Babe não obstante se limitou a algumas sessões de gravação nesse período.
Suas canções mais notórias foram GOING DOWNTOWN BOOGIE e AIN'T GOT NO RABITT DOG .

Smoky foi gravado por Harry Oster da Louisiana State University em 1960 e 1961, e os resultados foram divulgados pelos selos Folk Lyric, Bluesville e Storyville .

Além de suas gravações dados acerca de sua vida são imprecisos estendendo-se até mesmo a data de sua morte desconhecida,  ainda que algumas fontes indiquem junho de 1975.
Coletâneas em que SMOKY BABE foi anexado incluem gravadoras como a Arhoolie e a Bluesville.



sexta-feira, 27 de maio de 2016

BOOKER .T.LAURY







( Memphis,Tennesse , 2 de setembro de 1914-23 de setembro de 1995,Memphis,Tennesse)

Aprendeu Piano  bem cedo  e teve como grande amigo da vida , o famoso MEMPHIS SLIM.
Baseou-se na influência adquirida com artistas como Roosevelt Sykes , Sunnyland Slim , e Speckled Red .
Foi aconselhado por Sykes em 1935 a se mudar para Chicago ao lado de Memphis Slim, para que ambos obtivessem uma vez lá, um contrato de gravação.Contudo,apenas Slim seguira para Chicago, Booker permaneceu em Memphis, trabalhando em casas de espetáculos e clubes noturnos durante décadas.

LAURY era de fato, um virtuoso pianista , tinha dedos longos, o que lhe permitia até mesmo abranger dez teclas,pela largura de lado.Sua destreza e habilidades no Piano eram tantas, que mesmo perdendo um dos dedos da mão esquerda , num acidente com uma serra circular , ainda assim era capaz de tocar esplendidamente .

Com o declínio de apresentações e trabalhos em Memphis, viajou para locais como o Tennessee , Arkansas e Missouri .E embora trilhando caminhos diferentes , a amizade com Memphis Slim, jamais diminuíra, e assim se manteve constante até a morte de Slim em 1988.
Foi só depois de muitos anos que viera a gravar seu primeiro disco, já com quase oitenta anos, um espetáculo gravado em Paris ,lançado na década de oitenta ,intitulado : Nothing But The Blues pela gravadora BLUES SILVER.
Foi seguido por outros excelentes discos, mais 4, destaque para o ótimo gravado ao vivo Blues on the prowl, lançado pela wolf records em 1994.

BOOKER aparecera também em documentários como DEEP BLUES: A musical Pilqrimage to the crossroads e no filme MEMPHIS BLUES in his own living room.

Booker T. Laury morreu de câncer, em setembro de 1995 em Memphis, com a idade de 81. Obteve uma homenagem póstuma com uma nota de bronze na calçada da fama de Beale.

domingo, 22 de maio de 2016

MANCE LIPSCOMB



( 9 de Abril de 1895, Navasota,Texas -30 de janeiro de 1976, Navasota,Texas)

Começou tocando violino em piqueniques e salões de dança , e só começaria a tocar violão bem mais tarde.
Foi um genuíno artista popular e, seu reportório não se limitava apenas ao blues , mas incluía também baladas e música gospel.
Suas canções falavam sobre a vida de escravo de seu pai e amiúde LIPSCOMB tocava (BUCK and WING) uma dança típica de plantações.

Mance sempre viveu em sua cidade natal,  absorto ao cultivo de suas terras agrícolas.
 Foi apenas no final dos anos cinquenta que ele viria a gravar seu primeiro trabalho musical.
Com a grande popularização do Blues entre os amantes da música Folk nos anos sessenta, LIPSCOMB não apenas gravou,  mas também participou de vários festivais, sem a necessidade de sair do Texas, apresentando-se sempre dentro dos limites de sua cidade.

Com a simpatia do público branco pela sua música, gravou vários álbuns pela gravadora Arhoolie acrescentando a sua música, uma Autobiografia, ditada por ele mesmo, publicada com o título I SAY ME FOR A PARABLE .

 Foi sem sombra de dúvidas ,um grande expoente do chamado TEXAS BLUES .


terça-feira, 17 de maio de 2016

ARTHUR BIG BOY CRUDUP





(4 de Agosto de 1905 , Forest, Mississippi - 28 de Março de 1974,Condado de Northampton,Virginia)

Arthur 'Big Boy' Crudup, foi, apesar do pouco reconhecimento de seu trabalho, um grande ícone do Blues, e de grande importância para o astro do Rock, Elvis Presley.

Começou sua vida trabalhando nos campos rurais e começou sua vida musical num coral da igreja com seu tutor, Papa Harvey, um músico de Blues local.

Mas somente aos trinta anos aprendeu a tocar violão, sozinho. Em 1940 se mudou para a elétrica Chicago com o sonho de se tornar milionário, mas rapidamente se viu sem nada e começou a tocar nas ruas.

E foi nas ruas que ele conheceu o caçador de talentos Lester Melrose, da gravadora RCA.

Seu primeiro grande single, "If I Get Lucky", foi gravado junto com o baixista Joe McCoy, no dia 11 de Setembro de 1941, pelo selo "Bluebird",  subsidiário da RCA. Seguido de vários outros singles.

Ele gravou cerca de 80 músicas para a RCA até descobrir que foi enganado pela mesma, quanto aos direitos autorais de suas músicas.
Até que em 1952 ele assinou com a Trumpet Records com o nome de James Elmer e pela Checker Records com o nome de Percy Crudup Lee.

Logo em 1954 o astro branco do Rock (ainda não conhecido), Elvis Presley regravou a canção de Crudup, chamada "That's Alright Mama" (a primeira música gravada por Elvis pela Sun Records).

Com o sucesso da música, Elvis ainda gravaria mais duas canções dele: "My Baby Left Me" e "So Glad You're Mine".
Isso até rendeu a Crudup o título de pai do Rock 'n Roll.
Mas, mesmo intitulado dessa maneira, logo caiu no esquecimento e voltou para a vida no campo, e ficou por lá durante todo restante da década de 50. Voltando apenas em 1961 para gravar pela gravadora Fire.

No final da década de 60, com a popularização do Blues, Crudup volta a ativa fazendo turnê pela Europa, e se apresentando várias vezes por todo Estados Unidos.
Seu concerto no dia primeiro de Março de 1974 no Hunter College, em Nova Iorque, é o último.
Em 28 de Março de 1974 ele vem a falecer em um condado da Virgínia.

A técnica de Crudup era bastante primitiva, porém ele possuía um forte senso de ritmo e de musicalidade.

HOWLIN' WOLF





(10 de junho de 1910, White Station,Mississippi 10 de janeiro de 1976,Hines,Illinois  )   

 Chester Arthur Burnett foi um influente cantor, guitarrista e gaitista.
 Com voz potente e uma ameaçadora presença física, Howlin' Wolf é comumente classificado entre os principais músicos do blues elétrico.

Uma série de canções escritas ou popularizadas por ele tornaram-se clássicos do blues.

Com o seu enorme físico, ele era uma presença imponente, com uma das vozes mais memoráveis de todos os cantores clássicos do Chicago blues da década de 50.

Seu estilo era frequentemente contrastado com a apresentação menos temível, mas também poderosa de seu contemporâneo e profissionalmente rival Muddy Waters.

Howlin’ Wolf, Sonny Boy Williamson, Little Walter e Muddy Waters são os maiores artistas de blues que gravaram para a ‘Chess Records’, em Chicago.

 Em 2004, a ‘Rolling Stone Magazine’ classificou Howlin' Wolf em 51º em sua lista dos 100 maiores artistas de todos os tempos.

 Ainda criança, Howlin foi expulso de casa pela mãe e o padrasto por se recusar a trabalhar na fazenda, e foi morar com seu tio, Will Young, que o maltratava.

 Com 13 anos, fugiu para se juntar a seu pai, onde ele finalmente encontrou um lar feliz. Durante o auge de seu sucesso, ele retornou para sua cidade natal para ver sua mãe, mas foi levado às lágrimas quando ela o rejeitou e se recusou a aceitar qualquer dinheiro que ele lhe oferecesse, dizendo que se tratava de dinheiro do diabo, vindo de onde viera, do blues, música do diabo.

Na década de 60 excursionou pela Europa com o ‘American Folk Blues Festival’ organizado pelos produtores alemães Horst Lippmann e Fritz Rau.

Apesar do reconhecimento de sua música sobretudo pelos ingleses , a saúde de Wolf começou a falhar na década de 1970 e ele sofreu vários ataques cardíacos.

Um acidente de carro em Toronto danificou severamente os seus rins, mas Wolf continuava a se apresentar apesar da diálise que era feita a cada três dias.
O álbum ‘Back Door Wolf’ gravado em 1973, foi o último do bluesman.
Na música ‘Coon on the Moon’ Wolf faz uma predição do futuro: ‘you gonna wake up one morning, and a coon’s gonna be the President’ (você irá acordar em uma manhã, e um negro será o presidente). ('Coon’ é um insulto dirigido aos negros).

Sua última apresentação foi em Chicago em novembro de 1975.  Howlin’ Wolf  faleceu dois meses depois, em Illinois, de insuficiência cardíaca durante uma cirurgia.
Em 1991, Wolf foi incluído postumamente no ‘Rock and Roll Hall of Fame’.

domingo, 15 de maio de 2016

CLÁSSICOS DO BLUES - DUST MY BROOM (Robert Johnson,Elmore James ,Others?) Última parte




Apesar de inúmeras interpretações,vários pesquisadores parecem tender ao sentido de que o sujeito está indo embora e pronto em Dust My Broom  — algo corroborado de forma explícita por todas as versões pós-Johnson.

Mas, se a letra de Johnson desperta mais interesse, a versão de James tornou-se a definitiva e serve como base para todas as (muitas) regravações que viriam dali em diante, tamanho o impacto musical que causou à época.
A primeira gravação “solo” de James se tornou um marco do blues e apresentou ao mundo, em 1951, um som distorcido que só conseguiria ser reproduzido de verdade com o rock do (final) dos anos 60 e que o consagrou como herói do blues.

Apesar de ter uma carreira longa, iniciada nos anos 30, Elmore James experimentou o sucesso de verdade somente por pouco tempo, desde as suas primeiras gravações em 1951 até a morte, de ataque cardíaco, pouco antes de embarcar para uma turnê na Europa em 1963. Nesses pouco mais de dez anos, ele deixou um legado quase incalculável, expandindo cada vez mais a guitarra do blues.

CLÁSSICOS DO BLUES DUST MY BROOM - Segunda parte



Outra grande questão que assola fãs e pesquisadores na versão de Robert Johnson está no termo “dust my broom” e seu significado. Essa expressão viria do fato de que “dust” seria um termo muito usado durante o século 18, e que significava “ir embora rapidamente” (depois, se tornou “get up and dust”). Há quem diga que sua origem é bíblica: no evangelho de Mateus, existe uma passagem que Jesus diz que “se alguém não os receber nem ouvir suas palavras, sacudam a poeira [dust] dos pés quando saírem daquela casa ou cidade”.

Mesmo com essa explicação aparentemente simples, a versão de Johnson, como tudo que envolve seu nome, é carregada de mistério. Mais de um pesquisador tenta conferir à letra um caráter de magia negra, com teorias que vão desde o famoso “deixar a vassoura atrás da porta” (por causa do “broom”) que espantaria um visitante indesejado, até ao preparo de um encantamento para matar o amante da mulher — diversos feitiços de vodu usavam algum tipo de pó [dust]. Segundo eles, Johnson afirmar que “o negro que você ama pode ficar com meu quarto” provaria apenas que ele está apenas montando uma armadilha para o sujeito.

Por outro lado, o fato dele dizer que “o negro que você ama pode ficar com meu quarto” também completa a simples ideia de “estou indo embora”. Ao invés de um encantamento de vingança, seria apenas uma declaração de “que se dane" para o relacionamento. É uma interpretação que funciona.

Apenas como curiosidade: a versão de Johnson ainda traz, no final, referências geográficas impensáveis para alguém que mal colocou os pés fora do Mississipi, mas já se foi provado que os versos foram tirados de fatos da época, como a invasão japonesa na Manchúria, a segunda guerra entre Itália e Etiópia e a formação da Commonwealth das Filipinas.


CLÁSSICOS DO BLUES DUST MY BROOM (Robert Johnson,Elmore James , Others?) PART 1


Num primeiro momento, trata-se de uma releitura de I Believe I’ll Dust my Broom, de Robert Johnson — o riff que se tornou a marca de Elmore James, então, seria uma versão acelerada e distorcida do usado por Johnson mais de uma década antes.
Mas aí nós chegamos a um ponto importante. Até hoje, não se sabe se o autor da canção é Robert Johnson ou Elmore James.

Sim, a fama pesa a favor de Johnson — bem como o fato de sua gravação ser de 1936. Porém, dois fatores precisam ser levados em conta: Johnson e James se conheciam e haviam tocado juntos durante a década de 30. E, ainda mais importante: Johnson, como qualquer blueseiro, não via o menor problema em pegar a canção de outro músico e, fazendo pequenas modificações, transformar em sua , e embora conhecidíssima com Johnson é inegável que a versão de James se tornou a definitiva na longa história da canção, que traz uma letra que continua intrigando pesquisadores… Mas, para isso, é preciso voltar à versão de Johnson que, independente de ser o autor da música (existem também registros de músicas semelhantes antes de sua gravação), foi o primeiro a gravá-la.

Afinal, após a gravação de Johnson, diversas outras versões foram gravadas, normalmente com uma ou outra mudança na letra. A própria versão de Elmore James, por exemplo, incorpora alguns versos de uma gravada por Arthur Crudup em 1949 .O Tema da canção claramente gira em torno de um homem abandonando sua mulher — apesar do verso final, justamente aquele que foi “roubado” da versão de Crudup, contrariar tudo o que foi dito antes.
Trata-se de um clássico, cheio de curiosidades e mistérios que iremos abordar em outras postagens.


























CLÁSSICOS DO BLUES HOOCHIE COOCHIE MAN (Atribuída a Willie Dixon)




A canção trata-se de uma mistura de folclore negro americano, religiosidade negra com uma forma primitiva de amplificador de guitarra.

(Lembrando que Muddy Waters foi um dos pioneiros do chamado blues elétrico de Chicago, mesmo ele mesmo sendo um sujeito oriundo do Delta do Mississípi).
Quanto a origem do nome, Hoochie coochie era uma dança erótica que ficou popular a partir de 1893, numa feira mundial em Chicago.

A dança era feita por mulheres somente e o cara que comandava o espetáculo era um homem, daí a ser o hoochie coochie man.
Alguns pesquisadores também atribuem a " Expressão HOOCHIE COOCHIE " como uma forma usada para se referir ao orgão sexual feminino.

Na verdade, a canção é recheada de elementos que remetem ao sul e a cultura negra, como por exemplo, “black cat’s bone”, “mojo”, “John the Conqueroo”. Isso trouxe uma identificação muito grande aos milhares de negros do sul que haviam se mudado pra Chicago e estavam em busca de se ajustarem ao novo estilo urbano da cidade.

Não é se de admirar que a canção tenha logo se tornado um hit, com seus riffs de guitarra e cuja temática somente os locais(Negros do sul) sabiam do que de fato se tratava.

O próprio Willie Dixon disse em entrevista em 1998 que as pessoas acreditavam em coisas místicas,Por isso se identificavam tanto com Hoochie coochie man.

Na entrevista citada , Dixou citou seus trechos iniciais dizendo que" uma cigana disse a mãe dele coisas sobre ele antes mesmo dele nascer. Que ele ia ser um homem de sucesso entre as mulheres e coisa e tal".

A canção é um Super blues clássico e teve Muddy Waters tocando guitarra e fazendo os vocais principais, Little Walter na gaita, Otis Spann no piano, Jimmy Rogers na outra guitarra, Willie Dixon no baixo e Fred Below na bateria.

Foi um grande hit, chegando ao número 8 dos charts de rhythm and blues. A canção entrou no Blues Hall of Fame em 1984 e o Grammy Hall of Fame em 1998. Ela também faz parte das 500 canções que deram forma ao rock and roll, eleita pelo Rock and Roll Hame of Fame. Também está inclusa nas 500 maiores canções de todos os tempos da revista Rolling Stone, ocupando o lugar 225.

SONNY TERRY



(24 de outubro de 1911,Greensboro,Carolina do Norte -11 de março de 1986,Mineola,New York)

Foi com seu pai,um fazendeiro, que aprendeu os fundamentos básicos da harmônica.
Aos 16 anos de idade , sofreu ferimentos que lhe deixaram  cego, impossibilitado de trabalhar, começou a se sustentar através da música.

Com o falecimento de seu pai  ,TERRY uniu-se ao trio PIEMONT BLUES ,Tendo o privilégio de tocar e conviver com o lendário Blind Boy Fuller . Quando Fuller morreu em 1941, ele estabeleceu uma relação musical de longa data com Brownie McGhee , e a dupla gravou várias músicas juntos.

Os dois tornaram-se sobretudo conhecidos entre o público branco, de modo que eles deram uma enorme colaboração ao crescente movimento popular de reavivamento do blues e da música folk nos anos 1950 e 1960.

SONNY ao lado de MCGHEE apareceram também numa das edições do American folk blues festival nos anos sessenta, na qual estavam também T BONE WALKER, SKIP JAMES, WILLIE DIXON, entre outros. Terry colaborou também com o excelente guitarrista Ry Cooder na canção WALKIN AWAY BLUES  um cover de Robert Johnson  "Walkin Crossroad Blues "  para o filme A Encruzilhada de 1986 .

São muitas as contribuições de TERRY para o BLUES e sua relevância para o estilo.
Há amplo material seu em vídeo ao lado de BROWNIE MCGHEE.

Ele fez gravações também ao lado de JOHNNY WINTER registradas pela gravadora ALLIGATOR.  SONNY TERRY faleceu de causas naturais em 1986, precisamente três dias antes do lançamento do filme CROSSROADS nos cinemas americanos.

sábado, 14 de maio de 2016

CLÁSSICOS DO BLUES THE TRILL IS GONE ( Roy Hawkins e Rick Darnell)





Uma despedida, o fim de um romance, este é o quadro expressado por este grandioso clássico interpretado por B.B.KING.
The Trill is Gone foi escrita por Roy Hawkins e Rick Darnell em 1951 e gravada por Hawkins alcançou a sexta posição Billboard R&B, neste período.

Contudo,a versão de B.B.KING é incontestavelmente mais famosa, e sem dúvida caiu como uma luva para o Bluesman musicalmente falando, encontrando na sua interpretação a derradeira versão, a mais sublime e que se tornou deste modo uma espécie de autoretrato do cantor. Impossível falar de THE TRILL IS GONE sem se lembrar de B.B.King.
O desatar de um romance, o adeus, tão presente e reincidente nas histórias de amor fica evidente já nos versos iniciais da canção:

"The Trill is Gone ...The Trill is Gone Away ... The Trill Is Gone Baby"...
"A emoção se foi ...A emoção foi embora ...A emoção se foi baby"...

Mais uma vez a desilusão amorosa se fazendo presente e constante entre os temas que aparecem nas canções de Blues.

Esta temática aparece de diferentes formas nos clássicos e em outras canções do gênero.

Canções em que muitas vezes o homem promete abandonar o vício do Álcool para não perder sua bem amada, ou canções em que culpa a mulher pelo seu mergulhar no vício ou ainda atribuindo a ela a responsabilidade pelo fim do relacionamento.
Em gravações mais recentes , esta tendência começou a mudar com o homem reconhecendo sua parcela de culpa pelo fim do romance.

Em The Trill Is Gone , o Cantor parece demonstrar demasiado alívio com o desenlace amoroso como demonstrado em seus trechos finais:

"Você sabe que eu estou livre, livre agora querida

Eu estou livre de seu feitiço

Oh eu estou livre, livre, livre agora

Eu estou livre de seu feitiço

E agora está tudo acabado

Tudo que eu posso fazer é desejar o seu bem"...

Um tema que já naturalmente traz consigo uma grande carga emotiva, cem vezes aumentada pelo Feeling e grande força de expressão do incomparável B.B.KING.
Um clássico que sobrepujou o tempo e que ainda prossegue em sual imortal magia encantando antigos e novos apreciadores do blues.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

CHARLEY PATTON



(1 de maio de 1891,Mississippi -28 de abril de 1934, Heathman-Dedham)


Robert Palmer considera-o o músico mais importante que o Estados Unidos já produziu no século XX. Charlie Patton foi uma das primeiras grandes estrelas do Delta Blues.

Charlie aprendeu com Henry Sloan, e por volta dos 19 anos ele era um talentoso artista e compositor, tendo escrito Pony Blues, música que se tornou ícone de uma era. Se tornou extremamente popular no sul dos Estados Unidos, e em contraste dos músicos itinerantes da sua época foi convidado para tocar em plantações e tavernas.

Muito antes de Jimi Hendrix impressionar sua platéia com seu estiloso modo de tocar guitarra, Patton ganhou notoriedade por ser um showman, frequentemente tocava seu violão de joelhos, atrás de sua cabeça ou nas suas costas.

Apesar de ser um  homem pequeno de 1,65m e 61 kg, há rumores que o som de sua voz - carregada de whiskey e cigarros - alcançava mais de 450m sem amplificadores. Essa potente voz foi a principal influência no estilo de cantar de um de seus estudantes, Howlin’ Wolf. Patton se estabeleceu em Holly Ridge, Mississipi com sua esposa e parceira de gravações Bertha Lee em 1933.

Morreu em Heathman-Dedham perto de Indianola, de uma doença do coração, em 28 de abril de 1934. Foi enterrado em Holly Ridge (ambas as cidades estão localizadas no condado de girassol).

A lápide memorial foi erigida sobre o túmulo de Patton (o local foi identificado pelo zelador do cemitério C. Howard, que afirmava ter estado presente no enterro) paga pelo músico John Fogerty através da MT. Zion Memorial Fund em julho de 1990. A grafia do nome de Patton foi ditada por Jim O'Neal que também compôs o epitáfio Patton.

Apenas uma fotografia de Charlie Patton é conhecida , embora sua autenticidade seja contestada. A fotografia é de propriedade de um colecionador, John Tefteller.


GUITAR SLIM





Eddie Jones (10 de dezembro de 1926 ,Greenwood,Mississippi — 7 de fevereiro de 1959,New York) mais conhecido como Guitar Slim, foi um guitarrista que ficou famoso com a música "The Things That I Used to Do" produzida por Johnny Vincent na Specialty Records.
Essa canção está na lista "500 Songs that Shaped Rock and Roll" criada pelo Rock and Roll Hall of Fame.Guitar Slim teve um grande impacto no rock and roll e experimentos com uso de distorções na guitarra uma década antes de Jimi Hendrix.

Sua mãe morreu quando ele tinha apenas 5 anos, tendo sido criado pela avó enquanto passou a adolescência nos campos de algodão.
Passava seu tempo livre em juke joints e começou a se apresentar como cantor e dançarino, e era bom o bastante para ganhar o apelido "Limber Leg." (Perna ágil)

Depois de retornar da Segunda Guerra Mundial onde serviu ao exército, começou a se apresentar em clubes na região de New Orleans, Louisiana.
 Descobriu a guitarra através de Willie D. Warren, tendo sido influenciado principalmente por T-Bone Walker e Clarence "Gatemouth" Brown.

 Por volta de 1950 adotou o nome artístico 'Guitar Slim' e começou a ficar conhecido pelo seu modo selvagem de se apresentar no palco. Vestia ternos coloridos e pintava os cabelos para combinar com as cores das roupas, usava um ajudante que seguia ele pela platéia com um cabo de 100 metros de comprimento entre a guitarra e o amplificador, e às vezes ainda subia nos ombros do ajudante ou até mesmo saia do bar e ia para o meio da rua parar o trânsito.

Suas primeiras sessões de gravação foram em 1951, chegou a ter algum sucesso com a música Feelin' Sad em 1952, a qual teve uma versão gravada por Ray Charles algum tempo depois. Seu maior hit foi "The Things That I Used to Do" de 1954, lançada pela Specialty Records.
Esse hit passou semanas no primeiro lugar das paradas R&B e vendeu mais de um milhão de cópias, tornando-se em pouco tempo um blues standard e também contribuiu para o desenvolvimento da soul music.

Fez trabalhos para algumas gravadoras incluindo Imperial, Bullet, Specialty e ATCO. Suas gravações feitas entre 1954 e 1955 pela Specialty são as de melhor qualidade.

Sua carreira decaiu, Guitar Slim se tornou alcóolatra e morreu de pneumonia em New Iorque aos 32 anos.Foi enterrado em um pequeno cemitério em Thibodaux, Louisiana, onde morava Hosea Hill que era seu empresário.

 Albert Collins,Buddy Guy e  Frank Zappa foram influenciados por Guitar Slim. Assim como Jimi Hendrix, que chegou a gravar uma versão de "The Things That I Used to Do" com Stephen Stills no baixo em 1969. Stevie Ray Vaughan também gravou uma versão da Música.

Um dos filhos de Slim se apresenta como Guitar Slim Jr. na região de Nova Orleans, grande parte de seu repertório é composto pela obra de seu pai.

JIMMY WALKER






Sempre associado com a cena do Blues de Chicago, Walker foi um grande expoente do piano blues,
com belíssimos sons e arranjos do seus Boogie Woogie tocados com muito requinte e competência, algo verdadeiramente associado à arte e à genialidade no sentido pleno das expressões .

Nas sessões de gravação em que participou pôde se notar que Walker tocava de um modo bastante despojado e livre , deixando assim manifestar-se todo o seu desejo em termos de sonoridade e intenção.
Seu grande trabalho SMALL TOWN BABY é um exemplo do que foi dito.
 Além da liberdade citada, há fantásticas versões de clássicos do Blues interpretados com genuíno sentimento e elegância, música executada com "ALMA" algo raramente visto nos dias atuais seja em espetáculos ou gravações.

Além de Small Town Baby relançado pela gravadora Wolf Records, outro trabalho seu bastante apreciável é o álbum ROUGH AND READY lançado em 1964 pela gravadora Testament.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

ARCHIE EDWARDS






(4 de Setembro de 1918,Union Hall, Virginia - 18 de junho de 1998, Seat Pleasant, Maryland)

Influenciado pelas gravações de Blind Boy Fuller e Blind Lemon Jefferson ,ele tocava a nível local ao passo que se sustentava como empregado em uma Serraria.

Doravante, passou por uma diversidade de empregos, desde Militar durante a segunda guerra mundial a barbeiro e anteriormente no período pré guerra como motorista.

Especialmente no período em que atuava como Barbeiro, teve clientes ilustres como MISSISSIPPI JOHN HURT e SKIP JAMES.
Foram esses amigos que diante do seu talento o incentivaram a aventurar-se na carreira de músico.

Em 1966 ,com a morte de John Hurt, o período de luto pela perda do amigo, serviu-lhe de inspiração para compor sua clássica THE ROAD IS ROUGH AND ROCKY.

Posteriormente, encontrou trabalho regular em festivais de blues, e em clubes ,sobretudo tocando ao lado de Cephas and Phil Wiggins , Flora Molton e Mother Scott.

Ao lado destes artistas, foi anexado na fantástica série produzida por entusiastas alemães do Blues , no começo dos anos oitenta intitulada LIVING COUNTRY BLUES USA, tendo gravações suas alistadas em vários volumes e em um dos volumes, em especial o volume 6 ,um álbum totalmente realizado em seu nome.

EDWARDS apareceu também nas edições do American Folk Blues realizadas nos anos oitenta ,além de participar de excursões pelos Estados Unidos ao lado de ELEANOR ELLIS , FLORA MOLTON e CHARLIE MUSSELWHITE .

ARCHIE EDWARDS morreu em junho de 1998, aos 79 anos.
Seu Álbum TORONTO sessions foi lançado postumamente.
O músico foi um grande expoente dos estilos COUNTRY BLUES e PIEDMONT BLUES .